sábado, 22 de junho de 2013

Operações no site estão bloqueadas e dono tenta “apagar incêndio”

Tribunal de Justiça do Acre sustenta decisão. Medida cautelar ainda será julgada. Carlos Costa lança novo vídeo dizendo que seguradora bancará todo valor investido.



Na tarde desta sexta-feira (22) a empresa Ympactus Comercial Ltda, mais conhecida como “Telexfree”, colocou em prática determinação imposta pelo Justiça do Acre. Além de bloquear todas as operações em seu site, a empresa publicou uma mensagem na tela inicial, informando que a empresa passa por processo judicial, suspeita de praticar “pirâmide financeira”, crime previsto na lei.



 Horas antes, “divulgadores” utilizavam as redes sociais para tentar acalmar os ânimos, propagando a equivocada informação de que a liminar, assinada pela juíza da 2ª Vara Cível de Rio Branco, Dra. Thaís Queiroz Borges de Oliveira Abou Khalilm, havia sido cassada por um desembargador, sem mencionar nomes e fontes da informação. Por volta das 16:30, começara a pipocar reclamações de que procedimentos básicos não estavam mais sendo concluídos no site, motivo suficiente para causar pânico e apreensão.
Novamente, e às pressas, um dos donos da empresa, Sr. Carlos Costa, preparou um vídeo para acalmar os usuários e dizer que a empresa continuava funcionando, mas que suas operações até então não poderia ser efetivadas. Mais uma vez ele, que teve seus bens bloqueados pela liminar no Acre, junto com seus sócios e cônjuges, não explicou porquê a empresa esta sendo processada pelo Ministério Público do Acre e, para desviar o foco do problema, usou o mesmo vídeo para anunciar parceria com uma grande seguradora nacional, sugerindo que todos os investimentos estariam garantidos para seus divulgadores.



 
Advogados correm contra o tempo
O advogado da Telexfree, Horst Fouchs, entrou nesta semanacom um recurso junto ao Tribunal de Justiça do Acre para tentar derrubar a decisão da juíza da 2ª Vara Cível de Rio Branco, Thaís Queiroz Borges de Oliveira Abou Khalil, que impediu a empresa de fazer pagamentos aos seus divulgadores, bem como cadastrar novos participantes. A decisão, publicada na terça-feira (18/6), vale para todo o Brasil e para o exterior.
 O agravo de instrumento da Telexfree foi protocolado às 15h15 de quinta-feira (20/6). Agora, o pedido será distribuído pela Secretaria Judiciária do TJ a uma das duas Câmaras Cíveis para só então ser analisado por um desembargador. O prazo para análise é de 24 horas. Apesar de ainda não haver uma decisão, os divulgadores da Telexfree começaram a se mobilizar nas redes sociais dizendo que a liminar da juíza Thaís teria sido cassada e, portanto, a empresa já poderia retomar suas atividades. A informação, no entanto, foi negada pela assessoria de imprensa do TJ do Acre.
Líderes tentam conter pânico
As redes sociais também têm servido para os divulgadores da Telexfree tentarem evitar que o pânico se espalhe pela rede da empresa. Em um dos comentários, um dos divulgadores pede para que ninguém reclame contra a Telexfree no Procon. “O que eles querem é nos colocar contra a empresa”, diz a mensagem. Outro divulgador conclama: “É preciso uma manifestação popular contra essa liminar e não contra a empresa.” Há ainda aqueles que tentam arregimentar novos seguidores. Muitas mensagens mostram dúvidas sobre pagamentos.
juíza Thais Borges (Foto: Veriana Ribeiro/G1)
Juíza Thais Borges julgou procedente a medida cautelar contra a Telexfree
Juiza quer provar que Telexfree não se auto-sustenta
Na última terça-feira (18),  a justiça acreana proibiu que a empresa Telexfree realizasse pagamentos e novas adesões. A decisão foi proferida pela juíza titular da 2° Vara Civil da Comarca de Rio Branco , Thais Borges, que julgou procedente a medida cautelar preparatória de ação civil pública, proposta pelo Ministério Público do Estado do Acre (MP/AC) contra a Telexfree. De acordo com a juíza, a decisão não determina a extinção definitiva da empresa, apenas suspende suas atividades devido ao processo.
“O processo principal se destinará a apurar se isto é ou não uma pirâmide financeira. Se ficar confirmada a tese de que é uma pirâmide financeira, a consequência será utilizar os recursos da empresa para indenizar aqueles divulgadores que tiveram prejuízo. Se a conclusão do processo for no sentido de que não há uma pirâmide financeira, ou seja, que a atividade da Telexfree é lícita, então, será permitida à empresa que retome as atividades normalmente”, explica a juíza.
Segundo a magistrada, há indícios de que as atividades da Telexfree podem se configurar em uma pirâmide financeira, e por isso a ação cautelar tem como intenção impedir que a rede cresça. “A ideia é, primeiro, não permitir que a rede cresça, já que há a possibilidade de que ela consista em uma rede ilícita. E também não permitir que haja a distribuição dos recursos, para que esses recursos sejam futuramente destinados para reparar prejuízos eventuais que algum divulgador possa ter tido”, diz.
Do S1 Notícias

Nenhum comentário:

Postar um comentário