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A estiagem enfrentada pelo
Estado desde o ano passado e a volta do racionamento de água faz com que
condomínios e empresas voltem a comprar água potável de carros-pipa.
Por causa do aumento da demanda em até 30%, os fornecedores reajustaram o
valor cobrado entre 50% e 75%. Mas a seca não é o único fator
responsável pela elevação desse custo. As distribuidoras também
aproveitam o momento para realizar o reajuste do valor cobrado, defasado
desde o ano passado.
Desde o início do racionamento no início
deste mês, as distribuidoras afirmam que estão gastando com aluguel de
mais carros-pipa, maior consumo de energia para bombeamento da água dos
poços e gastos com combustível. Na distribuidora Água Já, a atendente
Laudicéia da Silva diz que as entregas de água mais que dobraram,
chegando a cerca de 30 ao dia. O mínimo comercializado pela
distribuidora são 5 mil litros ao custo inicial de R$ 200. “Dependendo
da distância, esse preço pode chegar até R$ 300. O valor teve um
acréscimo de R$ 50 desde o dia 1º.”
O proprietário da distribuidora Planeta
Água, Nino Donato, diz que até agora as fontes não tiveram baixa por
conta da seca, mas o reajuste deve-se ao aumento da procura e ao maior
custo operacional. “Nossos maiores compradores são hospitais, unidades
de saúde e escolas. A procura está até 30% maior”, diz, sem indicar o
número de clientes nem o valor cobrado antes de março. Hoje, o mínimo
comercializado pelo fornecedor são 8 mil litros de água por um preço
inicial de R$ 240.
Nelson Donato, proprietário da Açucena
Água Potável, também justifica o aumento do preço com os custos
operacionais e o aumento de compradores. “Antes de março, a gente tinha
uma média de seis entregas por dia. Esse número dobrou. Chegamos a fazer
entre 12 e 14 viagens ao dia. Desde o dia 1º passamos a cobrar R$ 300
por 15 mil litros, um aumento de R$ 100. Podem dizer que está caro, mas
não é, pois temos custos com transporte, energia, licenciamento.
Aproveitamos o racionamento para reajustar os preços que estavam
defasados.”
Uma fonte que prefere não se identificar
comenta que o reajuste aplicado é muito superior ao preço que deveria
ser cobrado, de R$ 25 a cada 5 mil litros. Para o presidente do
Sindicato da Habitação de Pernambuco (Secovi-PE), Luciano Novaes, as
distribuidoras aproveitam que os reservatórios estão secos para cobrar
mais caro. “Não haveria a necessidade dessa cobrança. Os condomínios
pagam caro por um carro-pipa e não têm a garantia da qualidade da água.”
O presidente do Sindicato da Indústria
de Engarrafamento de Água Mineral em Pernambuco (Sindágua), Ricardo
Heráclio do Rego, afirma que se a seca piorar poderá afetar os lençóis,
mas que o reajuste agora é justificado pela defasagem dos preços. “No
ano passado, houve uma verdadeira retração no mercado da água, que agora
os fornecedores tentam compensar.”
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